"Quero poder andar por ai.Conhecer lugares e pessoas. Quero amar e dizer que o amor não é apenas um conto, Mais uma realidade."

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Noites de chuva

Acordei hoje no meio da noite
O sono tinha ido,
E junto com ele os sonhos
Ficou um garoto desperto, perdido.
Da janela do quarto fico olhando a chuva forte cair,
Faz tempo que não o olho.
O céu pesado parece chorar
Lágrimas que descem a esmo na escuridão,
Rasgam a noite,
Gotas douradas que passam rápido pela lâmpada do poste lá fora,
Chocam-se no chão,
Explodem,
Milhões de outras gotinhas formam-se,
Se juntam, criam poças, descem reta a rua,
Em direção aos bueiros,
Dali há um longo caminho a seguir...
A noite é silenciosa
As pessoas dormem,
As casas trancadas, escuras
Dentro apenas seres,
À espera das horas passarem,
De mais um dia(que sempre chega) começar,
Inconscientes em suas camas,
Sonhando o que gostariam de ser, de ter,
Ouço apenas á chuva bater nos telhados das casas,
O vento chacoalhar as folhas das arvores,
Ela bate no meu rosto,
Está fria mais a deixo...
Ela traz consigo gotas finas, geladas
Parecem agulhas a me perfurar...
Mais as deixo...
Não quero voltar para cama,
Não quero voltar para o escuro,
Então fico esperando
Uma hora dessas a cidade desperta
A noite mais uma vez passa
E a chuva como sempre seca.

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sábado, 8 de novembro de 2008

Meu signo Chinês!!!!



4. coelho (卯) (gato ou lebre): Simples, afetuosos, atraentes para o sexo oposto, talentosos e ambiciosos. Realistas quanto às suas características, deixam o papel de líder para o mais forte. Tradicionalmente associado à boa visão e um excelente juiz de caráter, com um instinto para reconhecer a sinceridade nos outros e uma habilidade quase paranormal em detectar falsidade. Nos relacionamentos pessoais, mesmo as fraudes mais inocentes serão identificadas quase que no momento em que forem perpetradas.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

O Medo!!!

Ter medo é saber que temos batalhas a travar!!
È se aprontar para o combate!!
Colocar a armadura, fazer uma prece intima, desembalhar a espada e enfrentar o inimigo!!!
È saber que a perda e a vitoria são caminhos paralelos
Que se cruzam a todo o instante!!!
È você decidir o momento certo de lutar!!
Gritar alto mesmo que ninguém entenda o que esta dizendo!!
A força de uma luta não está na mão que carrega a espada mais na decisão tomada!!!

Desistir de um medo é deixar o campo de batalha!
È voltar à espada para a bainha!!!
È não deixar o suor da luta escorrer o rosto!!!
È não combater pelos seus sonhos!!!
È fraquejar sem ao menos ter certeza de ser o certo!!
O medo é risco!!!
E a vida sem correr riscos é como um livro sem histórias!!!
É caminhar num único passo!!!
E o maior erro de uma pessoa é querer dar sempre o mesmo passo em todos os caminhos!!
Pise forte quando o terreno for sólido,
Pise leve quando o terreno for arenoso,
Assim você jamais caira num buraco escondido ou atolara o pé na terra fofa!!!
Não somos obrigados a enfrentar nossos medos,
Mais jamais eles deixarão de nos seguir!!

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segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Não sou aquela pessoa...

Não sou aquela pessoa inteligente que me falam......
Não sou aquela pessoa calada...
Não sou aquela pessoa que fala besteira de vez em quando...
Não sou aquela pessoa que escolhe demais...
Não sou aquela pessoa que pelo menos pensa em dizer Eu Te amo...
Não sou aquela pessoa que sabe o que quer de vez em quando....
Não sou aquela pessoa que ouve músicas clássicas...
Não sou aquela pessoa que ouve o que somente quer ouvir...
Não sou aquela pessoa que lê demais...
Não sou aquela pessoa que sofre Por um Único Amor...
Não sou aquela pessoa que pensa duas vezes antes de falar...
Não sou aquela pessoa que sai sem querer saber onde vai...
Não sou aquela pessoa que procura saber o por que a vida fez uma escolha que não era minha...
Não sou aquela pessoa que chora por coisas trágicas...
Não sou aquela pessoa que ora pelo mundo...
Não sou aquela pessoa que ora por mim...
Não sou aquela pessoa que preza uma amizade...
Não sou aquela pessoa que chora por uma amizade...
Não sou aquela pessoa que peca...
Não sou aquela pessoa que revolta-se por ainda não ter, mesmo sabendo que se deve esperar mais um pouco...
Não sou aquela pessoa que acha que os sonhos é a fonte da vida...
Não sou aquela pessoa que comete o erro de escolher o mesmo caminho sempre, mesmo que tenha um outro a espera...
Não sou aquela pessoa que falam que sou, mais mesmo assim finjo ás vezes...
Não sou aquela pessoa que tem medo, o medo sempre será nossa luta diária pelos nossos sonhos...
Não sou aquela pessoa louca de vez em quando...
Não sou eu mesmo querendo ser sempre alguém que sou...

Não Sou muitas vezes nada disso, mesmo assim luto todos os dias para ser.

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sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Olhe!!!

Olhe agora com calma, sem pressa, o instante será sempre o mais importante.
Olhe a chuva que cai, as gotas que se derramam.
Olhe para os raios de sol que iluminam, que aquece.
Olhe os seus passos, eles são importantes a cada segundo.
Olhe para as marcas de seus passos, percebera que uns serão mais fundos e outros mais rasos.
Olhe para os fundos, foram às vezes que você demorou para seguir em frente.
Olhe para os rasos, foram às vezes que você quis andar mais rápido.
Olhe mais nunca os repita, pois jamais terão a mesma força.
Olhe para o sorriso que brilha, que te faz sorrir.
Olhe para a mão que te toca, que te acaricia.
Olhe para o olhar que encara, que te diz tudo sem você precisar perguntar nada.
Olhe para a pessoa que te feriu, ela não merece sua lágrima.
Olhe para a pessoa que te faz feliz, que nunca ela te deixe.
Olhe para você no espelho e tenha certeza que nunca terá outro igual, você é único.
Olhe para o céu e não tenha medo de perguntar, de querer saber a verdade.
Olhe para dentro de si, lá muitas perguntas serão respondidas.
Olhe para aquela pessoa que passa, nunca se esqueça que outras pessoas existem no mundo.
Olhe para a pessoa quem você ama, e diga EU TEAMO.
Olhe para sua vida e siga sempre em frente, o medo às vezes poderá te surpreender, mais jamais será intransponível.
Olhe para Deus, Ele está em todo lugar e nunca te deixara só.
Olhe e verá sempre que a felicidade nunca se perdeu, apenas deixaram de ver.

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quinta-feira, 9 de outubro de 2008

VULCÃO!

Tem dias que parece que um vulcão foi despertado dentro da gente,
Em instantes sentimos os tremores de terra, o ar quente e fumegante dentro da cratera começa a sair,
E uma lava incandescente começa a jorrar subindo alturas monstruosas!
Esse dia pode não parecer esse monstro todo se você parar de ficar olhando para ele desse modo!
A cada um é dado um modo diferente de enfrentar seus medos, seus obstáculos, seus caminhos de lavas,
Sem que precise se queimar,
Sem que precise atravessar um caminho de inferno vermelho.
Mais às vezes ou quase sempre escolhemos justamente esse último caminho,
O mais difícil e doloroso.
E cabe a cada um a escolha de querer voltar.
Colocar os pés na estrada certa.
Pois não existe um bem que não dure para sempre, como não existe um mal que não se acabe logo.
Então antes de você dizer que não há outros caminhos procure não querer enfrentar o Seu próprio Vulcão!

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Meteram na nossa cabeça....

Meteram na nossa cabeça que geralmente as coisas erradas que fazemos é pecado.
Só que esqueceram que por vários pecados somente um Homem Sozinho morreu há muitos anos.

Meteram na nossa cabeça que a oração verdadeira para ser atendida tem que ser num templo.
Só que esqueceram que o templo mais poderoso é o nosso corpo.

Meteram na nossa cabeça que os caminhos verdadeiros são aqueles já criados!
Só que esqueceram que um Caminho pode ter sido até criado, mais quem decide a maneira do seu rumo é unicamente você.

Meteram na nossa cabeça que Deus é o Senhor do Castigo pelas nossas faltas.
Só que esqueceram que Deus também é uma nova chance a todo momento.

Meteram na nossa cabeça que existe um inferno para os maus e o céu para os bons.
Só que esqueceram que o inferno e o céu são caminhos paralelos que a todo instante se encontram, depende de você escolher qual caminhar no momento, e só lá no final verá qual foi que teve coragem de seguir até o fim.

Meteram na nossa cabeça que você deve se sacrificar pelo mundo.
Só que esqueceram que para se sacrificar pelo mundo ou por algo precisamos salvar a pessoa mais importante; a si próprio(não existe guerras sem perdas).

Meteram na nossa cabeça que a Vida deve ser vivida com todo o exagero,
pois ela é única e não se deve levá-la a tão a sério.
Só que esqueceram que a Vida é o instante e não um manual.

Meteram na nossa cabeça que o Planeta esta morrendo.
Só que esqueceram que o planeta é o reflexo de quem o habita.

Meteram na nossa cabeça que a Guerra é a maneira mais fácil de conquistar algo.
Só que esqueceram que a Guerra jamais será nem o caminho longo e nem mais o curto de se conquistar algo, apenas importante quando necessário.

Meteram na nossa cabeça que o Amor é uma lenda.
Só que esqueceram que atrás de uma lenda há uma historia, e atrás de uma historia sempre haverá uma verdade. Sempre.

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sábado, 13 de setembro de 2008

Bolhas!!!

Tenho muita coisa em mente (milhões por sinal) e tantas dessas coisas ás vezes não queria que viesse a superfície.
Queria que continuasse ali afundada, naufragada em algum lugar.
Muda.
Que não surgisse tantas e tantas vezes quando a única coisa que queria é ficar sozinho comigo mesmo (se é que em algum momento encontramos a paz dentro de nós mesmos).
Mais meu mar parece raso quando não quero que seja, e fundo quando mais o desejo.
Bolhas que nunca Explodem (cada uma em tamanhos diferentes).
A bolha do medo, a bolha da verdade, a bolha do Amor (como esta é frágil), a bolha da morte (dolorida como sempre).
O silêncio do nada, me seduz.
Mais também desejo ás vezes o grito do mundo (não a cacofonia inútil e mal desejada, palavras que não me enchem de nada, ao contrário me tiram o que ainda resta).
Essa multidão (amigos, minha mulher, meus filhos, o carteiro, o padre, etc..) que me envolve e sempre me deixa solitário.
Travo mais uma daquelas guerras agora, a de todos os dias (o emprego que não suporto mais, aquela pessoa que não quero mais ver, o dia que não quero que chegue “ou aquele que conto os segundos para chegar” etc).
Lutas e batalhas, num indo e vindo sem fim.
A cada dia um obstáculo diferente, feio ou bonito não importa, mais meu.
As armas? Cabe a mim encontra-las ocultas num olhar, na força do frágil, num gesto simples ou simplesmente num sorriso (este talvez mais poderoso). E Em mim por final.
Um trem (a vida) que nunca para, onde a trilha sempre segue reta e longa (curta também).
Enfrentar os medos (a bolha latente), parece tão difícil, é como lutar com um monstro que surge e penetra na gente e ali se instala, se aloja, na alma, no Ser.
È caminhar num fio fino (invisível), onde sempre tememos que se rompa em algum momento da vida, na hora errada(mais nunca percebemos o quanto ela é forte, protetora também).
Abocanhar o Mundo e nele se perder (como gostaria que isso fosse verdade, fosse fácil).
“-Por que não se cala, eu disse para minha alma.
-Pois se eu me calar você acabara por se perder.”

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sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Erros!!

"O jovem então pergunta:
-Mestre como faço para não mais errar?
-O que acontece há uma semente plantada no deserto, pergunta o mestre.
-Ela não germinará, responde o jovem.
-Assim será sua vida, da mesma forma que uma semente não germina pois não é Regada você jamais aprendera nada da vida se não Errar!"

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terça-feira, 2 de setembro de 2008

Promessas!!!

A primeira e mais importante é consigo mesmo,
A de não desistir, de nunca deixar de se ouvir,
Comprometendo-se consigo o restante é conseqüência,
È caminho a ser percorrido.
Promessas não são dívidas,
Mais planos, metas.
Não os siga constantemente (mais jamais os esqueça),
Deixou-os realizar-se naturalmente.
Cada momento tem seu tempo.
Viva então os momentos, cada segundo,
Não somente por ser único,
Mais por ser seu.
Tenha fé,
Pois é essa a fonte de suas promessas.
Aja com esperança,
È da aí que vêm sua força de luta.
Não queira menos,
Pois você não merece.
Não queira tudo,
Pois você não precisa.
Jamais diga que não é possível,
Pois é não acreditar em nada.
O impossível se torna possível,
Quando se acredita que não existe.
Não existem promessas não conquistadas,
Mais apenas deixadas para trás,
De serem seguidas.


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terça-feira, 26 de agosto de 2008

O Amor não é Morte!!!!

Um jovem cansado de procurar um Amor
Resolveu que este não existia,
Se passou vários anos até se apaixonar,
Mais por força do destino e por não sabermos ainda entender,
Os dois acabaram se separando,
E ele nunca mais a viu...
Então o jovem decidiu escolher o caminho que só os fracos escolhem
Quando não tem coragem de lutar pela vida.
A morte.
Quando perguntado por um anjo por que tinha sido enviado antes da sua hora respondeu:
"Que o amor o tinha levado á morte”
O anjo então respondeu:
“Não, você desistiu por que não acreditou no amor",
E o anjo olhando para uma luz que surgia ao longe disse:
"Aquele que ainda você não pode ver, Ele sim se entregou A Morte por Amor"

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Escolhas!!

Muitas vezes fazemos escolhas erradas,
Escolhas que não são aquelas que realmente nos trará a felicidade!
Que não nos fará sorrir (o riso verdadeiro da alma, não apenas do corpo)
Que não nos fará compreender o Amor verdadeiro.
Não existem escolhas inteligentes,
Mais escolhas certas,
Ouça primeiro a si mesmo,
Acredite primeiro em você,
Depois nos outros.
Consulte primeiro seu maior professor, seu único companheiro, o seu coração.
Pois ele é a voz verdadeira.
Mesmo que às vezes não o ouvimos,
Não prestamos atenção nele,
E acabamos por entrar em caminhos não percorridos,
Estradas desertas,
Para no final descobrirmos que podemos voltar atrás,
Errar também é aprendizado, educação
Errar é saber que podemos concertar,
Que podemos começar de novo, do zero.
Que mesmo não podendo apagar o passado temos a chance de mudar o presente,
E o presente é o mais importante,
O que vivemos agora é mais forte, poderoso e belo.
Não correr atrás da felicidade,
È não dar chance para si próprio,
É jogar contra a vida,
Fazer escolhas erradas,
Ir contra si mesmo.
Escolhas é mais que apenas decidir,
È viver todos os Dias,
Lutar constantemente.

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segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Perder-se!!!!


Quem nunca desejou perder-se uma vez.
Jogar a mochila nas costas e apenas sair. Sem olhar para trás. Sem dar explicações.
Sem medo. Com coragem.
Falo de sair sem direção, sem um roteiro definido. Sem horizontes. Sem se preocupar em voltar. Somente em ir.
Sem se preocupar onde vai chegar, onde a próxima curva dara. Apenas ansiando mais uma curva depois daquela terminada.
Mais um caminho para se percorrer.
Sem atalhos, sem encruzilhadas, sem fim.
Quem nunca desejou ir aonde nunca esteve. Estar em algum lugar que nunca viu.
Quem nunca desejou sumir. Desaparecer pelas ruas, pelas cidades, pelo mundo.
Quem nunca desejou não estar onde está.
Quem nunca desejou apenas em ir ali e não poder voltar mais.
Quem nunca desejou ir além.
Quem nunca desejou um instante, um minuto, um tempo para não aparecer.
Quem nunca desejou aquela ilha, aquela floresta, aquele lago ou praia para poder ali ficar.
Quem nunca desejou apenas isso, não poder estar aonde você está agora.

sábado, 16 de agosto de 2008

Retalhos


A noite quando a escuridão cai e tudo se silencia.
Emergi lá das profundezas ruídos, gritos, manchas que sobem e ficam boiando na superficie da minha mente.
Aprendi com o tempo a esquecer o passado,
pois não se vive do que já passou.
E sim se aprende com ele.
Mais ás vezes ele vem sem que eu possa fazer nada para impedir.
E ali fica me cercando.
Lembrando-me do que aconteceu.
E já enterrado.
Perdi muito de mim naquela dia
quando a perdi também.
Ainda vejo todos os dias o brilho dos seus olhos verdes se apagando, diluindo-se numa escuridão sombria.
Atravessando a cortina negra de um caminho sem volta.
Vi sua vida esvaindo-se ali na minha frente sem que eu pudesse fazer nada para mudar.
Desmanchando-se como ondas que quebram ao tocar a areia.
Seu sangue permaneceu nas minhas mãos.
Assim como seu corpo.
O corpo que tantas vezes amara com tanta força e ardor, sem vida.
Morto.
A vida tinha a levado para o vale desconhecido da Morte.
Ela tinha atravessado a única fronteira que sempre tememos atravessar.
Uma fronteira que eu não podia chegar.
Mais que durante anos achei que tinha a conduzido.

(trecho tirado do texto Retalhos que ainda não coloquei aqui no blog)

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Um anjo! Uma escolha!


Sei o que vi naquele cemitério no dia que enterramos a vovó.
O dia estava cinzento como se também estivesse triste. Tinha chovido durante toda a manhã e o cheiro de terra e folhas molhadas foi a única coisa que senti durante todo o tempo que estive ali naquele lugar.
Era estranho ver minha vó naquela caixa de madeira toda encolhida e rodeada de flores.
Nas primeiras horas não quis ficar perto dela. E Fazia de tudo para não olhar para o caixão.
Era estranho a ver tão branca, tão acabada e tão longe de mim como estava agora.
Totalmente diferente daquela mulher alta, forte com braços longos que nunca deixava escapar nada de seus olhos.
Que me ensinou a bordar sem eu nunca ter aprendido direito e sempre detestar.
Quem me ensinou a escrever e que eu nunca mais deixei de fazer.
A única pessoa que um dia me tocou por um dia eu deixar escapar sem querer um palavrão e nunca mais repetir.
Tinha ainda na boca o gosto e o cheiro de canela dos bolinhos que ela fizera no final de semana.
No rosto o beijo quente que ela me dera antes de partir aquela tarde.
E no ouvido o grito de mamãe quando atendeu o telefone do hospital naquela mesma madrugada depois de saber que sua mãe tinha morrido.
Tinha aprendido cedo a dor da morte e da perda quando ela veio um dia e levou meu pai.
Naquele dia enquanto minha mãe me procurava pelo cemitério e acabou me achando horas mais tarde sentada diante do túmulo do meu pai. Presenciei o desconhecido.
Horas mais tarde já dentro do carro enquanto saiamos do cemitério. Voltávamos para casa contei para mamãe o que tinha visto, mais ela apenas sorriu daquele jeito que fazia quando falava bobagens e me disse que aquilo era apenas uma imagem de gesso.
Não toquei mais no assunto, mais lá dentro de mim eu via aquela imagem todos os dias, em todos os lugares eu a procurava e a procurei.
Talvez minha mãe estivesse certa quando me disse que eu devia esquecer pois eles têm em todos os cemitérios. E que sempre são os mesmos.
Mais sei que não era só aquilo. Aquela imagem não era como as outras que tinham ao redor e como nenhuma outra que vi de monte durante vários anos.
Aquela era diferente.
Durante muito tempo levei aquela imagem comigo para todos os lugares que fui. A levava quando ia dormir, quando ia para escola, quando me casei e muito tempo depois quando já não mais me lembrava de mais nada a não ser naquela imagem. Voltei aquele cemitério anos mais tarde, sozinha e como sabia ela não estava lá.
Não estava por que ela nunca esteve ali.
Sei que não era apenas uma imagem de gesso que estava sentado em cima daquela lápide.
Pois uma imagem não chora, uma imagem não pisca, uma imagem não voa.
Acreditei nisso. Até o dia que o vi de novo.
Nesse dia não estava mais num cemitério, não tinha a minha mãe do lado pois ela já tinha partido há muito tempo.
Eu tinha um marido, tinha filhos, tinha um emprego, tinha uma vida.
E tudo pareceu não mais existir, não mais importar.
Por que eu a vi mais uma vez, e dessa vez ela demorou o tempo suficiente para me fazer escolher entre a vida e a morte.
A escolha que fiz sei que era diferente daquela que ela me dizia.
Mais mesmo assim escolhi.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Seu Amor (primeira parte)

...Senti uma mão agarrar meu braço e me virar furiosamente. Meu coração batia veloz, descompassado, podia senti-lo nos ouvidos, imaginei ser um assalto, e minha vontade era de gritar, urrar com todos os pulmões, pedir por socorro, por ajuda, mais minha voz se prendeu na garganta, o medo petrificou qualquer ação minha. Estava agora frente a frente a olhos muito negros e fundos, de um rosto macilento e amarelo, cheirava a sujeira e mofo. Metida ali num vestido de tecido rasgado e fino, de cores berrantes a mulher me fitava, a sensação era repugnante, mesmo assim não consegui me desvencilhar.Aquele olhar me prendia, me hipnotizava. Dos braços pendiam argolas de metal que desciam e subiam aos seus movimentos produzindo um barulho metálico e assustador. Os cabelos crespos cheirava a terra, a restos de comida. Sem que eu pudesse reagir me fez abrir a palma da mão violentamente, senti seus dedos ossudos e gelados tocarem a minha mão num misto de nojo e ânsia. Suas unhas escuras de sujeira percorriam as linhas da palma da minha mão. De repente seu rosto contorceu-se como se refletissem uma dor invisível que sentia, seu corpo começou a tremer, em segundos chacoalhava-se ali na minha frente, fazendo minha mão tremer junto, a cena não me assustava ao contrario me tomava de paz, uma sonolência começava a invadir meu corpo, desejava estranhamente deitar ali na rua, desejava me entregar aquela coisa, aquela desejo misterioso, seus dedos então pararam de caminhar sobre minha mão, seus olhos abriram-se mais negros e fundos, como se refletissem a escuridão pura do universo. Mais uma vez lutei contra o desejo de gritar, de correr, de fugir, mais o medo e algo inexplicável me prendia aquela criatura. Me fazia a obedecer. E como no sonho da noite anterior que agora vinha como um clarão na minha mente ela disse infestando o ar com um hálito podre:
- A morte esta atrás de você

Queridos amigos a partir de hoje passarei a postar uma historia minha ao qual estarei enviando para um concurso no exterior, ficarei muito agradecido por todos aqueles que aqui passaram e deixarem seu comentario. Há muito tempo que queria coloca-lo aqui mais achava ainda não ser a hora oportuna...mais como diz aquele sabio "o tempo susurra o tempo certo".
Ademerson Novais de Andrade



Seu Amor (Primeira parte)

D
disseram-me uma vez que o mundo gira em torno dos nossos sonhos e desejos. Como ingênua que sempre fui acreditei, como o ser humano sempre está escolhendo o caminho mais fácil, mesmo não sendo o mais seguro da vida, passei a achar que todos os meus sonhos e desejos seriam realizados a partir do momento que eu os trabalhasse positivamente.
Passei a pensar positivo na promoção que queria na minha empresa, no cara que pegava o mesmo ônibus que eu todos os dias e não parava de me olhar chegando até mim para pedir para sair. Minhas contas sendo postas em dia. Minha mãe parando de me tratar como uma criança e deixando eu levar minha vida como eu bem quisesse.
”Puta que pariu, já tinha vinte e seis anos para ficar com a mãe ligando para saber se eu tinha menstruado ou se não tinha esquecido de colocar a porra da sobrinha na bolsa pois o tempo sempre muda”.
Como se eu não vivesse nessa cidade louca onde nunca se sabe como estará o tempo daqui a cinco minutos.
Às vezes desejava que aquela mulher fria e calada que durante muito tempo não fez parte da minha vida não tivesse surgido de um dia para outro.
Que continuasse do jeito que eu sempre a conheci. Distante.
Mais fiz questão de um dia abrir a porta para que ela entrasse na minha vida.
Uma porta que antes estava trancada. Isolada. E pretendia o manter assim.
Eu do lado de dentro acreditando que o mundo não passava de uma brincadeira (de mau gosto). Que alguém tinha o criado em algum momento que não tinha nada mais para fazer e assim o fez para assistir um monte de criaturas frágeis e cruéis se matarem por poder, sofrerem por comida, por amor, por doenças e por fim enfrentar o seu maior medo. A morte.
Do lado de fora estava aquela mulher, que nunca falava comigo. Que me evitava. Que jamais me dirigiu uma palavra que seja de carinho.
Lá fora estava aquela mulher que me deu a luz numa noite chuvosa. Onde o céu parecia querer desabar sua ira sobre a terra e em todos que estivessem sobre ele.
Diante daquele cenário assombroso iluminado de vez em quando pelos raios que cortavam a noite e penetravam na sala. Eu nasci.
Também gritando para o mundo, mostrando minha fúria por terem me trazido a contrafeito para um lugar desconhecido.
Um lugar de sofrimento, medos, mortes, violência, guerras.
Vi então pela primeira vez aquela mulher que me segurou de qualquer jeito em seus braços.
E que nunca disse uma palavra de amor. Que nunca me abraçou. Nunca me perguntou o motivo das minhas lágrimas quando as derramava sozinha no meu quarto abraçada a meu travesseiro.
Entregue aos meus pensamentos.
Muitos ao qual me indicavam o caminho para um abismo escuro onde eu poderia saltar e me libertar de vez daquele sofrimento.
Mais nessas horas minha voz surgia. Me falava que eu não devia pensar nestas coisas.
Me acalmava e me fazia acreditar que tudo passaria e que eu devia amar aquela mulher.
E isso me perturbava. Como amar alguém que não nos ama.
Como ir contra aquele sentimento nocivo que ela me dava.
Foi para essa mulher que um dia abri a porta.
Mais vi logo em seguida o erro que cometi.
Que não devia ter feito isto.
Nunca devia ter aberto aquela porta.
Por que o que descobrir não me faria jamais ter aberto.

F
iz como um pacto com o universo de só pensar em coisas boas, positivas, nos meus desejos.
E como resposta que eu achava ser a certa e correta esperei que tudo voltasse como consequência, na mesma frequência dos meus pensamentos.
Sempre escutei do meu pai que para se conquistar algo eu tinha que primeiro acreditar do fundo do coração que iria conseguir. Esse era o primeiro passo de uma pessoa vitoriosa, ele costumava dizer com aqueles olhos brilhantes de sábio.
Acreditar sempre que as coisas, mesmo as mais impossíveis, aquelas que todos dizem que não vão acontecer, podem ser realizadas quando se tem fé

Ele sempre repetia que eu tinha que confiar com todas as forças nos meus desejos, nos meus sonhos, entregá-los para o universo, e depois só esperar e acreditar que estes se realizassem.
E ele sempre acertava. Pois sempre se realizavam.
Desisti de ter fé e acreditar em Deus quando meu pai partiu numa manha fria.
Lá fora caia uma chuva fininha. Como se o céu chorasse timidamente as gotas que eu já não mais possuía para derramar.
Nesse dia passei a não escutar mais a voz que falava comigo.
A voz que aprendi ouvir ainda pequena quando estava trancada no quarto sem poder sair.
A voz que ouvia a noite quando a casa dormia e eu sozinha naquele quarto escuro esperava o sono chegar.
Perguntando a Deus por que sofria daquele modo.
Por que tinha uma mãe que não me amava.
Por que as vezes ao olhar para meu pai sentia um medo terrível, quase visível.
Aquela voz tornou-se com o tempo minha amiga. Minha companheira e confidente.
Éramos inseparáveis.
Mais naquela manha toda ela tinha se calado. Estranhei aquele seu silencio.
Por mais que a invocasse ela não me respondia. Estava muda.
Ela sabia.
E não tinha coragem de me dizer.

Também nesse dia encontrei com meu demônio pela primeira vez e fiz algo que todo mundo faz quando está desesperado.
Deixei o ficar.

Minha primeira conversa com meu Demônio.
"-Quem é você, perguntei a ele?
-Sou aquele que sempre te seguiu, que conversava com você as vezes.
-Mais não quero que você me acompanhe já tenho minha propia voz, disse a ele.
-Sempre estive ao seu lado, só que você nunca me dava atenção, pois a luz do seu anjo não me deixava chegar perto, mais agora que ela se apagou, posso te ajudar.
Me calei, onde será que estava minha voz, por que ela não me respondia.
Por que estava tão silenciosa.
E quem era esta outra voz que agora me falava.
Estava ficando cansada daquela conversa e resolvi me calar.



F
azia duas semanas que meu pai estava internado com um tumor no cérebro.
Por estar localizado numa área sensível não podia se fazer uma operação.
Não uma que arrisca-se dele morrer antes mesmo de abrir sua cabeça.
E a única coisa que o médico nos disse é que tínhamos que rezar, ter fé.
Foi nessa época que também aprendi minha primeira lição de vida.
“A fé não existe”
Mesmo depois de eu ter pedido com todas as forças, ate sentir que meus joelhos já não mais suportavam mais a dor infligida do meu corpo durante horas e dias na mesma posição (o padre sempre dizia que a dor do corpo quando a gente esta pedindo algo para Deus é como sua resposta de estar ouvindo nosso pedido, atendendo nossa prece, algo que achava esquisito, uma resposta em forma de sofrimento) e assim fiquei durante dias e horas na frente de uma imagem de gesso de Jesus pregado na cruz que tinha na pequena sala de espera do hospital, suplicando para Ele da mesma forma que eu pedia nas minhas orações quando ia a igreja aos domingos para que meu pai não fosse levado.
Para um Deus que o padre dizia que a gente tinha que temer para merecer o reino dos céus. Pois todas as crianças e pessoas más iriam queimar eternamente no fogo do inferno caso não o obedecesse . E como eu não queria ir para o inferno nunca fazia coisas que achava que Deus ficaria bravo comigo. Assim aprendi cedo a temer aquele Deus que eu nunca tinha visto. Temia aquele homem e seu Filho (que anos mais tarde também aprendi que eram os mesmos, assim como aquele Espírito Santo que tanto ouvia aos domingos e nunca sabia quem era ou o que significava) para mim eles estavam a todo instante me olhando. Me vigiando dos seus quadros espalhados pelas paredes de casa. Quadros que minha mãe dependurava em todos os cantos vazios que encontrava. Aprendi com o tempo a reconhecer o siginificado daqueles desenhos que passava horas olhando quando estava sentada na sala e não tinha nada mais para fazer.
E quando ia para a igreja lá os encontrava tambem, contando a historia de Jesus. Mostrando Maria com seu filho nos braços.
E toda vez que eu fazia algo que achava que não era bom para Deus e seu Filho, me recolhia no meu quarto, me ajoelhava e rezava pedindo perdão para Eles.
Suplicava por esse perdão.
Perdão pelos pecados que achava que iriam me conduzir para o fogo eterno do inferno.
Só assim me sentia novamente pura.
Novamente em paz e merecedora mais uma vez do céu.


N
o fim daquele dia depois de ter novamente implorado a Deus e seu Filho por meu pai, sentindo meus joelhos tão doloridos até mesmo para sentar achei que Eles tinham me ouvido e poupariam meu pai.
Meu pai sobreviveria à morte.
"Venceria a viúva negra dos homens"
Meu sacrifício seria recompensado.
Toda a fé que alimentava dentro de mim me fazia acreditar que eu teria meu pai novamente.
Me lembro daquele dia por que algo também aconteceu comigo e modificou para sempre minha vida.
Naquele mesmo dia descobrir mais tarde ter recebido a visita da força mais poderosa e destrutível que uma pessoa pode encontrar.
E também a mais misteriosa.
Tinha entrado também pela primeira vez em mim mesmo.
Me encontrado.
E descoberto que eu não era nada daquilo que os outros viam e achavam de mim.
Pois a gente só conhece a si próprio quando nos olhamos para dentro. Quando nossos olhos viram de posição. Só dessa maneira percebemos quem é que mora do lado de fora

E o que descobri morar aqui do lado de fora foi responsável anos mais tarde por eu tomar uma decisão que marcaria para sempre minha vida.

D
epois de terminado minha oração, quando meu corpo já não mais suportava mais a dor, senti uma leve brisa entrar na sala onde estava.
Não sabia o que era aquilo direito, então fiquei imóvel, em silêncio e ao mesmo tempo sentindo medo.
Como já tinha ouvido falarem uma vez , podia ser Deus tentando se comunicar comigo.
Deixei então que aquela brisa me tocasse, que me invadisse. Que entrasse na minha alma e visse o sofrimento que eu estava passando.

A dor que seria se eu perdesse a única pessoa que amava.
Deixei que aquela brisa penetrasse no meu íntimo e dissesse que eu não precisava me preocupar.
Me confidenciasse que eu não precisava mais sofrer. Mais chorar.
Pois ela não deixaria que a morte vencesse aquela batalha.
E levasse meu pai.

Sim eu desejei mais que nunca que aquele desconhecido me falasse.
Mais ele nada disse.

Naquele instante a única coisa que eu ouvia era minha respiração ofegante e pesada como se acabasse de sair de um campo de guerra cansado. Cheio de feridas e sangrando.

Meu coração batia violento, quase explodindo no peito, angustiado á espera de uma resposta que não ouvia.
Naqueles minutos que se seguiram nada mais pareceu existir ao meu redor.
Era como se o mundo tivesse se silenciado. Se calado por completo.
Apenas existia eu e aquela leve brisa.
Naquele momento encontrei uma paz que nunca tinha conquistado antes.

Não a mesma paz que sentia aos domingos quando ia a igreja e ficava sentada ouvindo o padre falar.
Não a paz que sentia quando fazia alguma coisa pelos outros e mesmo quando não recebia um agradecimento em troca assim mesmo me sentia aliviada por ter feito minha parte.
Não a paz que sempre procurei nos braços de vários homens e nunca encontrei.
Aquela era diferente.
Não sabia explicar, nunca a tinha sido antes e por isso mesmo eu me entregava.

Talvez já prevendo que jamais a veria de novo.
Meu corpo já não mais sentia dor, meu coração já não mais estava pesado e dolorido como ultimamente.
Lágrimas escorriam livremente pela minha face. Desciam quentes pelo meu rosto. Me lavavam de dentro para fora. E sabia que as lágrimas que agora derrubava, que meu corpo fazia tanta questão de jogar para fora não era mais de sofrimento, de dor, mais de algo que não sabia explicar. Mais que estava ali, como se sempre tivesse existido, sempre estivesse presente, mais que eu nunca tivesse visto e somente agora o encontrasse.
E era isso que me perturbava, pois era desconhecido.
O desconhecido se manifestando para mim.
E quando a gente se depara com o desconhecido à única coisa que podemos fazer é entregar-se a ele.

E eu me entreguei.
Por alguns segundos, por que somente as coisas mais importantes da vida, só as que realmente mudarão para sempre sua vida acontece por alguns segundos, não ouvi e não senti mais nada, meus sentidos humanos tinham desaparecido dando lugar a outros mais poderosos.

Entrei em mim mesmo e em algum lugar onde o caminho se perdeu para sempre eu vi uma Luz.
Um luz branca, serena, que me iluminava completamente, que me envolvia, que me acalentava.
Sentir aquela luz me banhar como uma mão me tocando. Sentir aquela luz me incendiar.
Eu estava pela primeira vez da minha vida em paz comigo mesmo.
E de repente o inevitável aconteceu.

Vi ou talvez tenha imaginado ver aquela luz branca se projetar ainda mais forte ao meu lado.
Iluminando por uma fração de segundos todo o lugar em que estava.
Tudo ali se fundiu aquela luz. As cadeiras, as paredes, o sofá, o Jesus de gesso.
Tudo era luz. Tudo era branco e luminoso.
Tudo era só uma coisa sem forma, sem corpo.
Eu era aquela propia luz que emanava das minhas mãos, da minha boca, dos meus olhos, do meu peito.
E eu estava diante de algo tão poderoso, tão imenso e inexplicável.
Algo que talvez já tivesse ouvido nas missas, algo que já tivesse lido em algum lugar mais que nunca, mais nunca mesmo tinha compreendido.
Que nunca achava que iria acontecer comigo. E a única coisa que fiz só foi me entregar.
Me entregar a luz e ao desconhecido. Me banhava dela e nela eu me encontrei.

Dentro da luz me encontrei com minha voz;
Sou sua voz, aquela que te acompanha todos os momentos, sou a voz das suas noites tristes, dos seus dias de solidão. Sou a voz que sempre te disse para seguir em frente, que te alertou a não aceitar aquela droga só por que os outro queriam que você aceitassem.
Que te protegeu de não ser atropelado.
Que lhe falava aos domingos na igreja.
Que te ouviu todos os dias e em todos os momentos que você achava que não mais tinha ninguém.
Sou a voz que te afastou dos caminhos errados e das pessoas más.
Sou a voz que fala com você todos os dias e que nunca deixou você sozinho.
Sou a voz que te protege e que nunca o deixara.
-E por que hoje, justamente hoje que tanto precisava de você, não falou nada, se manteve calada?
-Eu não posso responder.
-Como não, o que me esconde, por que esse silencio todo?
-Não posso falar só isso, tenho que ir agora. Estarei ao seu lado, caso precise.
Vi então ela se afastar.
Aquela luz me deixava.

E quando tudo acalmou, a luz se apagou e O mundo voltou a ser o que sempre foi e o que sempre será e aquele momento passou achei que Deus tinha me ouvido, que ele tinha estado ali. Tinha se manifestado para mim
por aquela luz.
Ele tinha se comunicado comigo.
Minha comunhão tinha sido feita.
Então fiquei aliviada, meu corpo foi serenando, meu coração se acalmando, e na minha face um sorriso alegre se contraiu, meu pai sobreviveria.
Deus tinha-me escutado.
Eu achei isso.

Eu acreditei nisso.


Ouvi horas depois da boca da minha mãe naquela mesma sala com o corpo ainda voltando ao normal. Depois de ter orado e chorado por várias horas, sentido uma paz ter me invadido e acreditado que tinha sido Deus que tinha falado comigo.
Ouvi aquelas palavras com a cabeça erguida olhando para a única pessoa que agora fazia parte da minha vida sem que fosse parte dela.
Palavras que mudaram para sempre minha vida e me fizeram esquecer tudo que eu acreditava.
Por que Eles tinham me enganado.
Deus e seu Filho não tinham me escutado.
Eles não tinham me visitado.

Naquela noite outra coisa me visitou.
A morte.
E tinha levado meu pai.


Quando precisamos

Quando pensava estar cansado de procurar. Pois mesmo quando imaginamos que já temos tudo e nada mais importa sempre aparece algo que precisamos conquistar. E nesse momento temos duas escolhas a fazer, Recusar e levar isso para toda a vida ou aceitar e mudar mais uma vez a vida que você imaginou não precisar de mais nada.

Acabei um dia me esbarrando em algo tão poderoso e forte. E como sempre fiz em toda a minha vida nessas horas, o deixei entrar, mesmo sabendo quais seriam as consequências depois.

Algo que mais do que nunca imaginei que não existia, (que não poderia existir), é nisso que sempre acreditei.
Mais acabei estando frente a frente a ele novamente. Pois o tinha enfretado uma vez a muito tempo e tinha perdido muita coisa.

E a única coisa que pude fazer na hora foi aceitar!
Esse foi o maior erro que já fiz na minha vida! Deixá-lo entrar.

O Amor.